sábado, 17 de outubro de 2009




Deus faz tudo pelo melhor!






    Um dos buscadores da verdade de tempos antigos nos informa a respeito de uma história exemplar, a fim de que saibamos um pouco mais acerca da grandeza das decisões de Deus para a nossa breve existência no mundo e ainda afim de que saibamos, sobretudo que, haja o que houver, algo de muito bom está por trás de todas as circunstâncias de nossa vida. Por vezes sofremos perseguições quando defendemos o que é bom, justo e honrado neste mundo tão árido. São poucos os que vivem pela Verdade, em sua busca ou por ela sequer se interessam – preocupados que estão em “ganhar dinheiro” embora isso, muitas vezes, como nos dizia um Homem Santo e Sábio há 2000 anos, “perca sua própria alma”. No mundo em que vivemos tem imperado, na maior parte das vezes, “fazer de conta”, viver envolto em falsidades e hipocrisias.
    Enfim, Deus faz sempre tudo pelo melhor e vamos, conformados, encontrando, com dificuldades, embora, o nosso espaço, o nosso caminho nesta curta passagem entre o amanhecer e o anoitecer da vida. A história, em resumo, é atribuída a Swami Ramdas e transmitida por tradição oral. Ramdas foi um daqueles "Loucos de Deus", que deixaram de viver normalmente entre seus semelhantes para que pudessem compreender suas vidas na plenitude da busca da União com o Criador. Aqui ilustra-se bem como o Criador "escreve certo por linhas tortas". Aliás, nós é que entortamos as linhas, Deus sempre escreve retamente...

À história, portanto:

“Um monarca tinha um ministro célebre por sua sabedoria. Muitos vinham de longe para consultá-lo acerca dos mais variados temas, recebendo como resposta e consolo sempre a assertiva: "Deus faz tudo pelo melhor" saindo de sua presença reconfortados.
Um dia, o rei o levou consigo e comitiva para uma caçada na selva. Cercando uma fera, o soberano e o sábio foram separados da comitiva real e acabaram por perder-se no meio da floresta.
Ao meio-dia o calor tornou-se insuportável. O rei, cansado e faminto, deixou-se cair desanimado à sombra de uma árvore:
_ Ministro! - gemia o monarca - Estou perdendo as forças, sinto uma fome insuportável. Trate de encontrar algo para eu comer.
O sábio foi colher frutos frescos e os ofereceu ao seu senhor que, num acesso de gulodice febril, fez um movimento brusco com a faca e decepou um de seus dedos.
_ Ai, ministro, que dor! Que dor!
O outro se contentou em observar tranqüilamente: “Deus sempre faz tudo pelo melhor”.
A essas palavras, o rei, exasperado, expulsa-o de sua presença entre insultos e, a seguir, começa a fazer uma bandagem em seus ferimentos.
Solitário, recebe a desagradável visita de alguns bandoleiros que, mais tarde, descobre serem seguidores de uma poderosa deusa devoradora de homens, a Khâli tão temida pelo hindus. “Mas eu sou o rei!”, bradava em vão o monarca, enquanto os bandoleiros observavam, “melhor, muito melhor, nossa deusa jamais teve como sacrifício um acepipe tão nobre!”
Chegando diante do sacerdote que o sacrificaria, este percebe a mutilação na mão do rei e diz: “Tirem este homem daqui! Nossa deusa não deve ser insultada recebendo um homem mutilado como oferenda!”
O rei, aliviado, compreende finalmente seu ministro sábio e sai a procurá-lo encontrando-o, horas depois, à sombra de uma árvore em posição tranqüila e meditativa. Pede que o perdoe, conta a história toda e ouve do ministro o seguinte:
_ Senhor, nada tenho a vos perdoar e não me ofendeste de maneira alguma. Pelo contrário, eu vos devo a vida! Se não me tivesses expulsado de vossa presença, eu teria sido capturado convosco e os sacerdotes de Khâli teriam necessariamente me imolado em seu lugar, uma vez estar o meu corpo intacto. Assim, como vê, verdadeiramente, DEUS FAZ TUDO PELO MELHOR.

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